“ECONOMIA DE FRANCISCO”

UMA CONVOCAÇÃO DO “PAPA DOS DIREITOS HUMANOS”

Autores

  • Gabriela Figueiredo Braga PIUDSS UCP/UC

DOI:

https://doi.org/10.29327/1163602.7-104

Palavras-chave:

ECONOMIA DE FRANCISCO, POBREZA, IGREJA CATÓLICA, DIREITOS HUMANOS

Resumo

Este trabalho compõe uma investigação de doutorado em Serviço Social que tem por objetivo analisar a influência do pensamento social do Papa Francisco nas ações de combate à pobreza. Este pontificado é registrado como um marco evolutivo no pensamento social da Igreja Católica e o uso do diálogo de uma “Igreja em saída” como ferramenta para alcançar aqueles invisibilizados pela sociedade (ou que vivem em constante desigualdade). Desde a eleição do Papa Francisco em 2013, é notória a (re)aproximação da Igreja Católica à perspectiva que prioriza a opção pelos pobres por meio da justiça social, de forma límpida, provocativa e em um parâmetro global. Teoricamente, convoca os sujeitos para uma cidadania plena e participativa, com construções coletivas, rompendo, principalmente, “com os muros da Igreja”. E é justamente esse perfil agregador que o diferencia de outros pontífices: seus documentos e discursos não se limitam a cumprir a doutrina social da Igreja, são acompanhados de gestos e articulações concretas indistintamente. Nesta pesquisa, destacam-se 14 trabalhos que compõe o movimento de formação sobre a proposta do Papa Francisco de combater a pobreza por meio da “Igreja de saída” em busca de uma economia sustentável e inclusiva. Os estudos são desenvolvidos a partir de uma cronologia de documentos e discursos papais que estruturam a metodologia “ver, julgar e agir”. Baseada na sustentabilidade, a inovadora Encíclica Laudato Si' (2015) com o conceito de cuidado com a Casa Comum, o primeiro Dia Mundial dos Pobres (2017), instituído não como data comemorativa, mas para mover a reflexão sobre o combate à pobreza, a Encíclica Fratelli tutti (2020) com o apelo à justiça através da fraternidade universal, culminando na convocação para a vivência de uma Economia de Francisco (2019) onde estabelece os jovens como protagonistas de uma mudança que deve ser a realidade em todo o mundo. É importante destacar o reconhecimento de que a Igreja Católica ou outra instituição (como o Estado, por exemplo) sozinha não tem capacidade de extinguir a pobreza independentemente da quantidade, método, base ou qualidade da ação, limitando-se a essas variantes a determinar se o caminho percorrido é de manutenção consensual (com o sistema social vigente) ou de crítica. E ao analisar o pensamento social do Papa Francisco sob o viés econômico, facilmente identifica-se a opção por um mundo sustentável. O pontífice propõe uma interligação entre a questão ecológica e uma refundação da economia pautada nos valores humanitários, metaforicamente denominando o capitalismo de “nova tirania”.

Publicado

31.12.2022