O FENÔMENO DA AUTOMUTILAÇÃO NA EDUCAÇÃO E A NECESSIDADE DE POLÍTICAS PÚBLICAS E FORMAÇÃO DOS PROFESSORES PARA A GARANTIA DA EDUCAÇÃO COMO DIREITO HUMANO

Autores

  • Rosangela Gimenez Instituto Nacional de Pesquisa e Promoção de Direitos Humanos (INPPDH)

DOI:

https://doi.org/10.29327/1163602.7-68

Palavras-chave:

EDUCAÇÃO, AUTOMUTILAÇÃO, FORMAÇÃO CONTÍNUA, DIREITO HUMANO, HUMANIZAÇÃO

Resumo

O presente trabalho, tem como objetivo compreender o fenômeno da automutilação e a formação do professor para o olhar humanizador em relação aos alunos que automutilam. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa e bibliográfica, para a qual foi preciso realizar um rastreamento das produções sobre o tema. Quanto ao método, arrisca-se a dizer tratar-se da tendência crítico-dialética. Em relação às fontes, toma-se como base Sánchez Gamboa (2017), para a compreensão da metodologia de análise epistemológica; Cardoso, (2015), CHACARA (2019), Garreto (2015), Moreira (2018), Demantova (2020), Aratangy (2018), Ramos (2013), no sentido de compreender o fenômeno da dor e da automutilação, assim como, Paulo Freire (1996) e Nunes (2015) para a compreensão da pedagogia humanizadora, pautada no diálogo, na escuta ativa e na ética do cuidado (Nunes, 2016), com intuito de melhor acolher a garantir a educação como direito humano também aos alunos que sofrem com o fenômeno da automutilação.  A leitura sistematizada do pensamento de Dermeval Saviani, 2021; 2021ª e 2021b, fornece elementos para a compreensão da essência do papel da escola e do papel do professor quanto à necessidade de um olhar diferenciado e acolhedor a este público, sob pena de exclusão social, caso não sejam “enxergados”. Ressalta-se que os estudos têm revelado que a automutilação está associada a alguns tipos de transtornos mentais, de personalidade e conduta autolesiva, tais como escarificações, cortes, envenenamento, mordidas nos lábios, etc. Quanto ao atendimento ao público que sofre com o fenômeno da automutilação, além dos cuidados e atendimentos na rede pública de saúde, há necessidade de uma escuta ativa e diálogo qualificado e constante, no âmbito da sala de aula, o que exige olhar mais humanizado, acolhedor e formação contínua do professor com foco na garantia da educação como direito humano e emancipatório dos oprimidos. Considera-se esta pesquisa como algo de relevância para o desenvolvimento pessoal, enquanto educadora e pesquisadora na área da educação, haja vista tratar-se de um fenômeno muito presente no meio dos jovens em idade escolar, na sociedade atual, para o qual, percebe-se pouca visibilidade, preocupações, encaminhamentos e políticas públicas votadas à temática em questão. No âmbito escolar pouco se fala sobre os casos de alunos na condição de automutilação, mas suspeita-se da presença de tal fenômeno em grande parte das escolas e, portanto, merece atenção das instituições públicas, tanto no âmbito da saúde, quanto da própria educação. Por outro lado, considera-se também a necessidade de uma formação com olhar mais humanizado por parte dos professores. o que exige formação continuada e sensibilização voltada para a “ética do cuidado”. (NUNES, 2015). Ressalta-se que esta produção não tem a pretensão de esgotar o assunto, mas de contribuir para o avanço da construção de novos conhecimentos sobre a temática em questão, assim como, constituir e instigar como pauta de formação dos educadores a fim de garantir a educação como direito humano.

Publicado

31.12.2022