A UTILIZAÇÃO DO PROCEDIMENTO DE EXPERT DETERMINATION ASSOCIADO À CLÁUSULAS COMPROMISSÓRIAS ARBITRAIS COMO MECANISMO DE SIMPLIFICAÇÃO E FACILITAÇÃO AO ACESSO À JUSTIÇA E PRESERVAÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROCESSUAIS

Autores

  • Matheus Lins Rocha IGC - Universidade de Coimbra / UNIFACS - Universidade Salvador, Brasil
  • Caetano Augusto Magalhães de Abreu Universidade Salvador (UNIFACS)

DOI:

https://doi.org/10.29327/1163602.7-372

Palavras-chave:

ARBITRAGEM, EXPERT DETERMINATION, ACESSO À JUSTIÇA, DIREITOS HUMANOS FUNDAMENTAIS, DEVIDO PROCESSO LEGAL

Resumo

A arbitragem, como meio adequado de resolução de conflitos, é um importante instrumento de preservação dos direitos humanos fundamentais, vez que, garante o acesso à justiça com claras vantagens em relação ao Poder Judiciário no que concerne a sua capacidade de apreciar as demandas judiciais em observância aos princípios da duração razoável do processo e da economia processual. Para além das vantagens inerentes à arbitragem, verifica-se que, este método, que já possui relevante função social, ao deparar-se com procedimentos complexos, pode maximizar ainda mais a celeridade e economia processual ao serem adotadas cláusulas compromissórias que ofereçam o procedimento de expert determination em momento antecedente à instauração de eventual demanda arbitral – isto porque, o procedimento de expert determination, fundado na autonomia privada das partes, permite, por meio da expedição de parecer técnico vinculativo, que partes resolvam determinada controvérsia de elevado grau de complexidade em um lapso temporal mais curto e menos oneroso, utilizando-se de árbitros apenas para a elaboração de uma sentença exequível. A presente pesquisa justifica-se por sua importante relevância teórica, à vista da ampla discussão doutrinária que oferece a arbitragem como meio de resolução de conflitos e abarca outros meios que, conjuntamente, facilitam ainda mais o acesso à justiça e a resolução de demandas. Os objetivos da pesquisa constituem-se na análise dos benefícios de cláusulas compromissórias associadas ao expert determination, relacionando-o, com o direito ao acesso à justiça, além da verificação dos melhores meios para a garantia deste princípio. Trata-se de pesquisa multidisciplinar, englobando disciplinas de direitos humanos, direito constitucional, direito processual e arbitragem. Utilizou-se do método dedutivo (GUSTIN; DIAS, 2015), partindo da análise de discussões legislativas, doutrinárias e jurisprudenciais, que dizem respeito à inserção do expert determination em cláusulas compromissórias, sob a ótica deste apresentar benefícios processuais quando realizado em momento anterior a instauração de um procedimento arbitral, evitando-o ou contribuindo tecnicamente para uma duração mais razoável do processo. A vertente metodológica deste trabalho corresponde à jurídico-sociológica (GUSTIN; DIAS, 2015), investigando fenômenos do ordenamento jurídico, através dos meios de resolução de conflitos com o objetivo da configuração plena do acesso à justiça. A linha desta pesquisa é pautada na crítico-metodológica (GUSTIN; DIAS, 2015), porquanto busca repensar criticamente o direito e procedimentos adequados, utilizando-se do tipo de investigação jurídico-propositivo (GUSTIN; DIAS, 2015), evidenciando proposições sobre a aplicação da arbitragem associada ao procedimento de expert determination sob o prisma dos direitos fundamentais e processuais. Trabalhou-se com elementos primários, sendo estes a legislação, a jurisprudência e a doutrina nacional e internacional. A técnica metodológica utilizada é a pesquisa teórica, analisando-se conceitos e diferentes argumentações para a criação das conclusões e proposições finais. As hipóteses iniciais demonstram-se como, primeiramente, a obrigatoriedade da aplicação dos princípios processuais constitucionais ao procedimento expert determination associado à arbitragem, sob pena de não efetivação do acesso à justiça. Tem-se, como hipótese, a adoção do expert determination em cláusulas compromissórias como mecanismo positivo e antecedente à instauração de um procedimento arbitral, pautado pelos princípios da eficiência processual, para a efetivação efetiva do acesso à justiça.

Biografia do Autor

Matheus Lins Rocha, IGC - Universidade de Coimbra / UNIFACS - Universidade Salvador, Brasil

Doutorando na área de Biodireito, Direito Médico e da Saúde, pelo Programa de Medicina e Saúde da Universidade Federal da Bahia. Mestre em Direito, Governança e Políticas Públicas pela Universidade Salvador/UNIFACS, com Research Stay na Universidad de Salamanca e na Universidade Portucalense Infante D. Henrique, na área de Direitos Humanos e Direito à Saúde. Pós-graduado em: Direitos Humanos/Ius  Gentium Conimbrigae – Centro de Direitos Humanos da Universidade de Coimbra; Direito e Saúde Pública em Contexto de Pandemia/Universidade de Coimbra; Direito Processual/PUCMG; Direito Público/Faculdade Baiana de Direito; Direito, Governança e Políticas Públicas/UNIFACS;  Direito  da  Comunicação  Digital/FMU; Direito Médico/CERS; Filosofia do direito e Direitos Humanos/UCAM; Pós-Graduando  em  Direito da Arbitragem pela Universidade de Lisboa. Graduado em Direito/UNIFACS; Advogado sócio da Lins & Lins Advogados Associados. Coordenador Regional Nordeste das Pós-Graduações (UNIFACS, UNP, UNIFG e FPB); Professor do Curso de Direito, Relações Internacionais, Administração e Ciências Contábeis da Universidade Salvador/UNIFACS. Professor de Direito da UNIJORGE. Professor da Pós-Graduação em Direito Público da Faculdade Baiana de Direito. Orientador do Grupo de Estudos em Atualidades e Tendências da Arbitragem do Instituto de Estudos Jurídicos da Universidade Salvador/IEJ-UNIFACS. Orientador do Grupo de Trabalho em Direitos Humanos da Liga Acadêmica de Promoção de Igualdades da Universidade Salvador/LAPI-UNIFACS. Orientador do Grupo de Competições  da  Universidade  Salvador/GEDAI-UNIFACS.  Membro  da  Comissão  de  Arbitragem  da  Ordem  dos Advogados do Brasil/Bahia. Membro da lista referencial de Árbitros e Mediadores da Câmara de Mediação e Arbitragem Especializada/CAMES. Co-autor da Lei de Arbitragem Comentada, Ed. Juspodivm. Membro do grupo de Pesquisa Políticas e epistemes da cidadania/UNIFACS/CNPQ; Integrante do grupo de pesquisa VIDA/UFBA e JUSBIOMED/UNEB - Direito, Bioética e Medicina.

Caetano Augusto Magalhães de Abreu, Universidade Salvador (UNIFACS)

Graduando em Direito pela Universidade Salvador/UNIFACS. Diretor Acadêmico do Comitê de Jovens Arbitralistas do Centro Brasileiro de Mediação e Arbitragem/CJA-CBMA. Integrante do Grupo de Estudos de Direito em Âmbito Internacional da Universidade Salvador/GEDAI-UNIFACS. Estagiário do Fiedra Britto & Ferreira Neto Advocacia Empresarial. Membro das equipes da Universidade Salvador no Willem C. Vis International Commercial Arbitration Moot e na Competição de Arbitragem no Agronegócio – CAMAGRO. Membro da Direção do Instituto de Estudos Jurídicos da Universidade Salvador/UNIFACS.

Publicado

31.12.2022