MAID A FACE OCULTA DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER

Resumo

Pretende-se realizar na presente pesquisa um estudo sobre o abuso psicológico como forma de violência doméstica e familiar contra a mulher por meio de uma análise reflexiva de Maid, uma minissérie americana, de drama, criada por Molly Smith Metzler e inspirada na obra de Stephanie Land, que retrata o relacionamento abusivo entre uma jovem mãe e seu namorado alcoólatra e a via crucis enfrentada por ela para livrar-se da opressão, da submissão e quebrar o ciclo de violência. Em que pese a trama se passar nos Estados Unidos da América a narrativa se encaixa em situações vividas diariamente por mulheres em todo o mundo ocidental, ilustrando a ideologia patriarcal, a dominação masculina e a dificuldade de romper a cadeia de abuso geracional, extirpando as relações tóxicas. O objeto geral da pesquisa é demonstrar a face oculta do abuso psicológico, que se manifesta e se desenvolve por meio de um processo silencioso e, que se não for identificado em tempo hábil, poderá progredir para agressões físicas, levando até mesmo ao feminicídio. O objetivo específico da pesquisa é apontar e analisar as formas da violência psicológica, de modo a favorecer o reconhecimento dessas por parte da própria vítima e de seu agressor, mesmo quando a atitude parecer enraizada em figuras conceituais de caráter não violento. Busca-se desmitificar a ideia de que a violência estaria ligada somente a brutalidade física, passando-se a compreender que uma agressão sutil e silenciosa, por vezes, disfarçada de proteção, pode configurar uma grave violência psicológica, afetando a autoestima e a liberdade das mulheres. Além disso, demonstra-se que a falibilidade da rede de apoio, seja por meio de amigos, familiares e do próprio Estado, pode comprometer o enfrentamento da violência, acarretando consequências nefastas para a vítima. Pretende-se ainda analisar a recente tipificação da conduta em ilícito penal de violência psicológica contra mulher, por meio do art. 147-B, do Código Penal Brasileiro, incluído pela Lei 14.188/2021. A metodologia adotada é exploratória e contempla o método analítico-descritivo, por meio das pesquisas bibliográficas, de caráter multidisciplinar, passando por saberes como a psicologia, sociologia, filosofia e direito, adotando-se como referencial teórico os ensinamentos do existencialista Jean Paul Sartre, dialogando ainda com a filosofia de Simone de Beauvoir.