INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

TRANSIÇÃO JUSTA E IGUALDADE DE GÊNERO

Autores

  • Jeanne Carla Rodrigues Ambar Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa de São Paulo (IDP/SP)

Palavras-chave:

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL, TRANSIÇÃO JUSTA, IGUALDADE DE GÊNERO

Resumo

Considerando a desigualdade de gênero um fenômeno histórico, com consequências devastadoras e seculares para mulheres cis e mulheres trans, representadas por exclusões, preconceitos, diversos tipos de violências – física, sexual, psicológica, política – baixa representatividade, diferenças de cargos, menores salários, serviço doméstico não remunerado, dupla jornada, dentre muitas outras consequências, e considerando que a inteligência artificial vem progredindo cada vez mais a ponto de superar o desempenho humano produtivo no setor econômico, se tornando a peça principal e força motriz na corrida econômico-industrial da Revolução 4.0, acarretando, sem embargos, evolução tecnológica, com maior lucratividade por aumento da velocidade e da quantidade de tarefas realizadas por máquinas, é que o presente artigo tem como objeto refletir sobre o(s) efeito(s) da inteligência artificial na vida das mulheres e objetiva discutir e apresentar estratégias para promoção da igualdade de gênero como forma de transição justa diante do novo cenário ocasionado pela implantação da inteligência artificial em diversos ambientes profissionais. Para isso, toma-se como hipótese inicial responder ao seguinte questionamento: A inteligência artificial promove ou prejudica a igualdade de gênero no âmbito profissional? Justifica-se o estudo pela carência de aplicação de estratégias que promovam o trabalho democrático e a igualdade de gênero com o uso da inteligência artificial, para que não se beneficie somente os homens e não se permita que haja perpetuação da exclusão da mulher e desigualdade de gênero na seara profissional. Metodologicamente, trata-se de pesquisa exploratória, por meio de revisão de literatura, realizada por método qualitativo e indutivo. Para melhor elucidação do tema, a pesquisa está dividida em três partes, na qual a primeira foca na inteligência artificial, sua aplicação na esfera profissional e quais efeitos podem causar na vida das mulheres. Na segunda parte serão analisadas as questões de gênero e suas desigualdades, bem como os cenários brasileiro e português na seara ocupacional no que diz respeito às mulheres. E por fim, a última parte apresentará maneiras para promoção da transição justa e igualdade de gênero com relação à inteligência artificial. Os resultados estatísticos obtidos evidenciam que as mulheres têm menor participação ocupacional em comparação aos homens, e o número de mulheres com trabalho remunerado se agrava quando há crianças envolvidas, em decorrência de múltiplos fatores, sendo a inteligência artificial um dos responsáveis pelo baixo número de mulheres no mercado de trabalho. Este estudo conclui que é possível desenvolver uma transição justa no uso da inteligência artificial e estratégias específicas voltadas para mulheres, viabilizando a igualdade de gênero ocupacional.

Publicado

02.10.2024

Edição

Seção

SIMPÓSIO P14 - TRANSIÇÃO JUSTA E INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL: ESTRATÉGIAS PARA IGUAL