COMUNICAÇÃO EM SAÚDE E SEGURANÇA JURÍDICA

ESTRUTURANDO UM DIÁLOGO COMPASSIVO NA ASSISTÊNCIA

Autores

  • Leticia Moura Albergaria Universidade de São Paulo - Campus de Ribeirão Preto

Palavras-chave:

COMUNICAÇÃO EM SAÚDE DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA RELAÇÃO MÉDICO E PACIENTE AUTONOMIA

Resumo

A comunicação é a habilidade de transmitir e receber informações de maneira eficaz. No campo da saúde, ela desempenha um papel significativo na interação entre pacientes e os profissionais. Para além de executar uma anamnese eficaz, também faz parte do processo de comunicação compreender as perspectivas do paciente sobre sua doença e os sentimentos desencadeados por ela. Diante dessa realidade, o objetivo da presente pesquisa é refletir sobre a relevância de uma comunicação diligente na área da saúde, bem como analisar os benefícios que ela pode proporcionar na tomada de decisões compartilhadas no processo terapêutico. Esse estudo pretende demonstrar como uma comunicação clara e empática pode ser essencial para preservar a mais fundamental das interações no campo da saúde: a relação entre médico e paciente. Para tanto, a metodologia utilizada será a pesquisa bibliográfica, documental, estudo de leis e trabalho de campo, através de entrevistas com os médicos e os pacientes. A comunicação concludente em saúde desempenha um papel vital na promoção dos direitos humanos, vez que facilita o acesso à informação e capacita os indivíduos a tomarem suas próprias decisões. Essas decisões não influenciam apenas na sua saúde biológica, mas também na sua saúde social e emocional o que contribui para a preservação dos princípios de dignidade da pessoa humana e autonomia de se autogovernar. Estudos realizados apontam que uma boa comunicação pode desencadear efeitos positivos no estado de saúde do paciente. Para além disso, repetidamente, o fenômeno da  judicialização da medicina decorre da falta de confiança e respeito mútuo entre essas partes. Isso se manifesta tanto em situações de dilemas bioéticos quando na ausência de uma comunicação precisa. William Osler assevera que “O bom médico trata as doenças, mas o grande médico trata o paciente”. Se por um lado a tecnologia vem ganhando cada vez mais espaço fazendo com que o cuidado ao paciente passe a ser centralizado em especialidades focadas em partes do corpo, do outro lado, o paciente deseja ser visto não apenas como uma doença a ser curada. Tão importante quanto proporcionar um serviço técnico impecável é oferecer ao paciente a sensação de acolhimento, esclarecimentos pertinentes e um diálogo aberto de modo a preservar seus valores e crenças pessoais.

Publicado

02.10.2024

Edição

Seção

SIMPÓSIO On85 - SEGURANÇA JURÍDICA E DIREITOS HUMANOS