BULLYING E CYBERBULLYING SEXUAIS EM ESCOLAS E O COMPARTILHAMENTO DE IMAGENS ÍNTIMAS COMO VIOLAÇÃO AOS DIREITOS HUMANOS DAS ADOLESCENTES MULHERES
Palavras-chave:
IMAGENS ÍNTIMAS, MULHERES, ADOLESCENTES, BULLYING SEXUAL, ESCOLASResumo
Objeto da pesquisa: Em que medida o compartilhamento não autorizado de imagens íntimas, no ambiente escolar, afeta os direitos humanos das adolescentes mulheres? Justificativa: A relevância temática da presente pesquisa encontra-se na necessidade de se entender a relação de causa-consequência entre os impactos do bullying e cyberbullying sexuais e os ataques à reputação sofridos pelas jovens mulheres, que possuem imagens íntimas compartilhadas indevidamente. A partir desta violência, muitas adolescentes podem adquirir traumas e repressões que perpassam para a esfera adulta, uma vez que a escola torna-se ponto de partida para o desenvolvimento das relações entre os gêneros e, consequentemente, a hierarquização das mulheres; Objetivos: Entender como se estabelece o bullying e cyberbullying sexuais nas escolas; Explorar como o compartilhamento ilícito e desautorizado de imagens íntimas vem sendo usada nas escolas como ferramenta de ridicularização dos corpos e da sexualidade de adolescentes, afetando seus direitos humanos, como da dignidade e liberdade; Metodologia: A pesquisa é bibliográfica, a partir do estudo do conteúdo de livros, artigos e teses sobre a temática, bem como documental, no que tange à análise da legislação brasileira em relação ao bullying/cyberbullying e de notícias sobre os casos concretos de violência sexual nas escolas brasileiras. Além disso, a abordagem é qualitativa, no sentido de que se realiza revisão de literatura nas obras de autores(as), como Hooks (2018), Butler (2020), Beauvoir (2009) e Bourdieu (1989), e quantitativa, a partir da coleta e interpretação de dados secundários disponibilizados por instituições públicas, como Fundação Getúlio Vargas (FGV), CAPES, UNESCO e IBGE quanto aos números de bullying/cyberbullying sexuais contra adolescentes mulheres nas escolas no Brasil. Hipóteses: Tem-se como hipóteses que há uma relação direta entre o crescimento do compartilhamento ilícito de imagens íntimas e o bullying/cyberbullying sexuais contra adolescentes mulheres nas escolas, bem como que a violência sexual sofrida na adolescência apresenta consequências para a reputação e autoimagem das meninas, afetando os direitos humanos à dignidade e liberdade; Resultados parciais: O bullying e o cyberbullying sexuais são uma realidade crescente nas escolas brasileiras, a partir da divulgação de imagens íntimas e vexatórias de adolescentes mulheres, inclusive manipuladas atarvés de inteligência artificial. Observa-se também que a hierarquização social feminina inicia-se a partir do ambiente escolar e que as relações de subordinação entre os gêneros inerentes ao âmbito social perpassam para o uso desregulado das novas tecnologias, da escassez de educação feminista nas escolas, através de políticas públicas, e da falta de regulamentação legal específica relacionada ao recorte de gênero relacionado ao bullying e cyberbullying sexuais.