DIREITOS HUMANOS E RELAÇÕES FAMILIARES TRANSEXUAIS

UMA ABORDAGEM POR MEIO DA OBRA PONTO CARDEAL DE LÉONOR DE RÉCONDO

Autores

  • Camila Salgueiro da Purificação Marques Centro Universitário Positivo

Palavras-chave:

Direitos Humanos; Direito das famílias; Literatura; Relações familiares transexuais; Pertencimento grupal familia

Resumo

O objetivo da pesquisa é identificar as questões e os desafios sociais e jurídicos decorrentes da nova identidade que envolve a transição de gênero, especialmente a rejeição da nova família e o pertencimento grupal familiar, a partir da obra “Ponto Cardeal” da autora e violinista francesa Léonor de Récondo, tornando-se relevante diante da estigmatização social e do sofrimento da pessoa trans com o abandono da família e/ou comunidade. Para se alcançar o objetivo proposto, a abordagem qualitativa e crítica é realizada por meio de técnicas de pesquisa bibliográfica, legistiva e jurisprudencial, analisando-se a legislação internacional, a ausência de regulamentação legislativa nacional específica sobre os direitos das pessoas transexuais; o parecer proferido pela CIDH na Opinião Consultiva 24/2017, fundamentados nos Princípios de Yogyakarta; e as relevantes decisões judiciais brasileiras que promovem direitos humanos de tal grupo, como a ADI 4275. Também se especifica a análise por meio da referida obra literária como técnica de compreensão do Direito e problematização jurídica. A história narrada é a de Mathilda, que ao retirar a maquiagem, o vestido e o salto alto, volta a ser Laurent, pai de dois filhos e marido de Solange. Para ser Mathilda de forma definitiva, passa por um longo e duro processo de aceitação, diante do preconceito de profissionais da saúde, de colegas de trabalho e da própria família. A pesquisa em andamento já concluiu que a ausência de legislação específica contribui para o aumento da estigmatização e exclusão social; que o Judiciário brasileiro, apesar de reconhecer os arranjos familiares transexuais, como implícitos na Constituição de 1988 e fundamentados na dignidade da pessoa humana, ainda caminha no sentido de reconhecimento dos direitos do grupo vulnerável em questão.

Biografia do Autor

Camila Salgueiro da Purificação Marques, Centro Universitário Positivo

Pós-doutoranda (2024-2025) e Doutora (2016-2020) em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Mestre em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP - 2012 a 2014). Graduada em Direito pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG - 2007 a 2011). Professora do Curso de Direito da Universidade Positivo. Professora convidada de cursos de especialização. Pesquisa Direito Civil, Direito Processual Civil e Constitucional. Advogada civilista e sócia fundadora do van der Broocke e Marques Advogadas Associadas. Advogada Relatora da 5a Turma do Tribunal de Ética da OAB/PR

Publicado

02.10.2024

Edição

Seção

SIMPÓSIO On121 - QUANDO O DIREITO E A ARTE SE ENCONTRAM: A INTERSECÇÃO ENTRE DIR