PROGRAMAS DE INTERVENÇÃO SOBRE A SAÚDE EMOCIONAL E VÍNCULOS DE NOVAS FAMÍLIAS ADOTIVAS

UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

Autores

  • Mayra Aiello Corrêa de Oliveira UNESP

Palavras-chave:

pais adotivos, saúde emocional, saúde mental, vínculos, revisão sistemática

Resumo

A inserção de um(a) filho(a) numa nova família adotiva é permeada de expectativas mútuas, constituindo uma trajetória que pode apresentar alguns desafios. Esse cenário exigirá um esforço significativo da criança ou adolescente e dos novos pais para a constituição do vínculo filial. Será necessário a aquisição de novos hábitos, modificando a rotina familiar. Isso pode mobilizar sentimentos e emoções intensas e ambivalentes. O envolvimento afetivo será fundamental para constituição do vínculo parental entre cuidadores/pais e filhos, ainda que passem pela fase crítica de adaptação. Neste artigo apresenta-se uma revisão sistemática da literatura sobre a parentalidade adotiva, com o objetivo de descrever a condição de saúde emocional e vínculos de famílias adotivas no primeiro ano da parentalidade, antes e depois de programas de intervenção, a partir da revisão sistemática da literatura que parte de estudos nacionais e internacionais. Realizou-se uma revisão sistemática da literatura, a partir das bases de dados: Periódicos Capes, Scopus, Web of Science e Google Acadêmico, no período de janeiro de 2013 a maio de 2024, selecionando-se artigos completos disponíveis na íntegra, publicados em periódicos em inglês, espanhol e português. De um total de 146 artigos, atendendo aos critérios de inclusão e exclusão, nove artigos foram selecionados para leitura do texto completo. Com base no protocolo de Newcastle-Ottawa, realizou-se uma análise de viés e os nove artigos foram mantidos para análise qualitativa, devido à sua qualidade considerada boa ou razoável. Os pesquisadores tem investigado junto a pais/ mães adotivos a eficácia de programas de intervenção baseados na teoria do apego. As variáveis avaliadas foram o apego, vínculo emocional e estresse parental, no que se refere a relação dos pais adotivos com as crianças de até seis anos durante o primeiro ano da convivência adotiva. Destacaram-se estudos de intervenção desenvolvidos para melhorar o vínculo emocional e a satisfação dos pais com a parentalidade. Os estudos sugerem que a vinculação é um processo da convivência afetiva com efeitos na saúde mental/ emocional dos pais e dos filhos. O processo de vinculação e apego pode envolver o aprendizado e aprimoramento de estratégias e técnicas parentais positivas para o enfrentamento dos desafios, melhoria na dinâmica familiar e redução dos níveis de estresse, assim como comportamentos de atenção as necessidades das crianças. As novas famílias necessitam de acompanhamento e apoio no primeiro ano do pós-adoção para a melhoria na qualidade da relação parental e familiar e assim se vincularem de forma saudável de modo que suas necessidades especificas sejam acolhidas.

Biografia do Autor

Mayra Aiello Corrêa de Oliveira, UNESP

Mayra Aiello Corrêa de Oliveira

Psicóloga pela UNESP, campus de Bauru, Mestre em Psicologia pela Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD-MS), Doutoranda em Psicologia pela UNESP, campus de Bauru. É bolsista Capes. Psicóloga perinatal e parental com atuação clínica em consultório particular. Co-idealizadora do Instituto Doulas de Adoção Brasil.

Publicado

02.10.2024

Edição

Seção

SIMPÓSIO On66 - DIREITOS DA CRIANÇA PARA O DESENVOLVIMENTO PLENO NA PRIMEIRA INF