PROGRAMAS DE INTERVENÇÃO SOBRE A SAÚDE EMOCIONAL E VÍNCULOS DE NOVAS FAMÍLIAS ADOTIVAS
UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Keywords:
pais adotivos, saúde emocional, saúde mental, vínculos, revisão sistemáticaAbstract
A inserção de um(a) filho(a) numa nova família adotiva é permeada de expectativas mútuas, constituindo uma trajetória que pode apresentar alguns desafios. Esse cenário exigirá um esforço significativo da criança ou adolescente e dos novos pais para a constituição do vínculo filial. Será necessário a aquisição de novos hábitos, modificando a rotina familiar. Isso pode mobilizar sentimentos e emoções intensas e ambivalentes. O envolvimento afetivo será fundamental para constituição do vínculo parental entre cuidadores/pais e filhos, ainda que passem pela fase crítica de adaptação. Neste artigo apresenta-se uma revisão sistemática da literatura sobre a parentalidade adotiva, com o objetivo de descrever a condição de saúde emocional e vínculos de famílias adotivas no primeiro ano da parentalidade, antes e depois de programas de intervenção, a partir da revisão sistemática da literatura que parte de estudos nacionais e internacionais. Realizou-se uma revisão sistemática da literatura, a partir das bases de dados: Periódicos Capes, Scopus, Web of Science e Google Acadêmico, no período de janeiro de 2013 a maio de 2024, selecionando-se artigos completos disponíveis na íntegra, publicados em periódicos em inglês, espanhol e português. De um total de 146 artigos, atendendo aos critérios de inclusão e exclusão, nove artigos foram selecionados para leitura do texto completo. Com base no protocolo de Newcastle-Ottawa, realizou-se uma análise de viés e os nove artigos foram mantidos para análise qualitativa, devido à sua qualidade considerada boa ou razoável. Os pesquisadores tem investigado junto a pais/ mães adotivos a eficácia de programas de intervenção baseados na teoria do apego. As variáveis avaliadas foram o apego, vínculo emocional e estresse parental, no que se refere a relação dos pais adotivos com as crianças de até seis anos durante o primeiro ano da convivência adotiva. Destacaram-se estudos de intervenção desenvolvidos para melhorar o vínculo emocional e a satisfação dos pais com a parentalidade. Os estudos sugerem que a vinculação é um processo da convivência afetiva com efeitos na saúde mental/ emocional dos pais e dos filhos. O processo de vinculação e apego pode envolver o aprendizado e aprimoramento de estratégias e técnicas parentais positivas para o enfrentamento dos desafios, melhoria na dinâmica familiar e redução dos níveis de estresse, assim como comportamentos de atenção as necessidades das crianças. As novas famílias necessitam de acompanhamento e apoio no primeiro ano do pós-adoção para a melhoria na qualidade da relação parental e familiar e assim se vincularem de forma saudável de modo que suas necessidades especificas sejam acolhidas.