MERCADO DE CAPITAIS E DESIGUALDADE SOCIAL

A DICOTOMIA PRESENTE NO CONTEXTO ECONÔMICO BRASILEIRO

Authors

  • Marília Bastos da Costa Universidade Presbiteriana Mackenzie

DOI:

https://doi.org/10.29327/1163602.7-108

Keywords:

Mercado de Capitais, Desigualdade Social, Dicotomia, Sistema Econômico

Abstract

Estudar a relação entre mercado de capitais e desigualdade social é imprescindível para entender parte da estrutura econômica vigente. Debates envolvendo economia, desigualdade e justiça social a muito não são novidade, disparidades permeiam estruturas econômicas, e trazem consequências aos mais vulneráveis a tempos. Laconicamente, diz-se que o sistema financeiro atua em uma dinâmica internacional de interferência na economia mundial, de forma que a sua influência e a sua manutenção explicaria, ainda que em parte, porque uma pequena parcela da sociedade possui renda muito superior se comparada a renda dos demais indivíduos. No âmbito do mercado de capitais brasileiro por exemplo, destaca-se o fato de que enquanto o Brasil tornou-se atraente para o investidor estrangeiro, apresentando juros de 2% pela queda da inflação nos últimos anos, a desigualdade e o risco fiscal escancararam instabilidades. Enquanto a economia lida com problemas fiscais, ausência de reformas e aumento da desigualdade, o mercado financeiro avança para sua melhor performance com sofisticação, juros baixos e diversificação de ativos. Diz-se então, que a dinâmica econômica posta, ocupa-se essencialmente em garantir os privilégios de alguns grupos em detrimento de outros. De acordo com a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de CapitaisANBIMA, o mercado de capitais brasileiro prossegue robusto e aquecido. No primeiro semestre de 2021, obteve recorde captando R$ 253 bilhões, sendo este o maior patamar para um primeiro semestre desde o começo da série histórica iniciada em 2011. Deste total, R$ 68 bilhões do volume captado foram da renda variável, com as operações de IPOs responsáveis por R$ 35,7 bilhões e follow-on com R$ 32,3 bilhões captados. Em síntese, o uso do mercado de capitais seria uma forma de levantar recursos, e estaria cada vez mais presente nos diferentes setores da economia. Em oposição a este cenário promissor, destaca-se o fato de que a desigualdade no Brasil evidencia-se a medida em que se pondera por exemplo, que aproximadamente 52,5 milhões de pessoas vivem na pobreza, destas, 72,7% vivem com menos de R$ 420,00 per capita por mês, segundo dados recentes divulgados pelo IBGE, o que permitiria dizer que o Brasil ostenta uma indiscutível dicotomia. O mercado financeiro destaca-se por ser considerado uma opção viável para aquisição de capital. Entretanto, apesar de a maioria das pessoas participarem de atividades de natureza econômica, poucas possuem conhecimentos que lhes permitam analisar e participar de cenários econômicos mais complexos e sofisticados. O mercado de capitais, subutilizado em alguns aspectos, poderia funcionar como aparato de fomento ao desenvolvimento social. Nesse diapasão, e sem pretensão do exaurimento da matéria, a presente pesquisa tem como propósito realizar uma análise concisa sobre discrepância econômica brevemente mencionada, visto que a ausência de determinadas estratégias econômicas, pode contribuir significativamente com a desigualdade social. Com base em estudos elaborados e divulgados por diversos institutos e organizações, o presente trabalho é exploratório e pretende utilizar pesquisas quantitativas e recursos bibliográficos, valendo-se do critério metodológico dedutivo para analisar a dicotomia presente no contexto econômico brasileiro, envolvendo fundamentalmente mercado de capitais e desigualdade social.

Published

2022-12-31