A PSICANÁLISE E OS DIREITOS HUMANOS
VIOLÊNCIA, MASSIFICAÇÃO E SUBJETIVIDADE
Keywords:
PSICANÁLISE, DIREITOS HUMANOS, MASSIFICAÇÃO, VIOLÊNCIA, SUBJETIVIDADEAbstract
O presente artigo tem como objetivo apresentar reflexão acerca dos direitos do homem à luz da teoria psicanalítica freudiana. A partir da lógica histórica do Contrato Social de Locke, pensar o Homem enquanto invenção recente ou como “[…]uma figura que não tem dois séculos, uma simples dobra de nosso saber, e que desaparecerá desde que este houver encontrado uma forma nova” (FOUCAULT, 2007, p. XXI), é pensar sobre quais dispositivos epistêmicos a contemporaneidade se vê imersa para então deflagrar maneiras de afirmar sua existência enquanto civilização. Se para Freud a grande questão da humanidade estava fundada no direcionamento que é dado à agressividade na construção da civilização, buscar-se-á no presente trabalho pensar as reflexões trazidas pela psicanálise acerca do direito do homem a advir, a se reconhecer e se fazer reconhecer como sujeito de saber e verdade, ainda que alienado a ideologias que alimentam pensamentos das massas do século XXI. Assim, busca-se analisar de forma comparativa a noção de sujeito em Freud e a ideia de humano, contida nos direitos humanos. Objetiva-se também analisar a elaboração freudiana de civilização humana no texto "Mal estar na civilização"(1930), de fenômenos de massa humana no texto "Psicologia das massas e análise do eu"(1921) e da violência humana em "Por que a guerra?(1932). Tal temática tornou-se relevante nos últimos anos uma vez que vê-se uma relativização mundial dos ideais dos direitos humanos, tornando a articulação entre humanidade, massa e violência temas extremamente atuais. Foi utilizado como método de pesquisa para esse trabalho a revisão bibliográfica dos textos freudianos anteriormente citados e dos princípios fundamentais dos direitos humanos. A hipótese é que a teoria freudiana mostra-se atual para analisar os motivos pelos quais os homens continuam buscando a guerra e também outras formas de violência para afirmar relações de poder, colocando em cheque os princípios fundamentais dos direitos humanos.