O PESO DOS CONDICIONAMENTOS SOCIAIS NA FORMAÇÃO DO PAPEL FEMININO
SER MÃE É A MAIOR REALIZAÇÃO DA MULHER?
Keywords:
Gênero, Maternidade, Feminismo, Construções sociais, Ética do CuidadoAbstract
O presente trabalho tem por objetivo analisar até que ponto determinadas construções sociais que foram e ainda são naturalizadas e colocadas como verdade imutável, a respeito de gênero, constituem-se num peso imposto sobretudo na formação do papel feminino desde a tenra idade, em especial no que concerne ao fato de a maternidade estar vinculada como a grande realização do ser mulher, sem observar outros aspectos, ou seja, para além de um compromisso de caráter meramente privado, restrito, doméstico. A maternidade é vista como o único papel adequado para as mulheres ou que, pelo menos, todas as mulheres devem aspirar incondicionalmente. No entanto, a realidade é diversa e comporta questionamentos e reflexões. A maternidade sempre foi vista como indissociável da condição de mulher. Porém, não se traduz numa única e exclusiva forma de realização do feminino, posto que, numa caminhada de lutas, busca-se afastar as desigualdades fincadas desde o início dos tempos, onde a ocupação dos espaços sempre foi definida, relegando-se à mulher a criação e educação dos seus filhos como forma de sua mais plena realização, alijando-a completamente da ocupação dos espaços públicos. A relevância temática deste estudo se justifica pelo contexto contemporâneo em que discussões sobre gênero, sexualidade, maternidade e feminismo vêm dando a tônica, ganhado destaque nos dias atuais e crescendo no cenário jurídico, social e antropológico. A análise crítica das construções sociais naturalizadas sobre o gênero, em particular a vinculação da maternidade como a principal realização feminina, é crucial para entender e questionar as desigualdades históricas e atuais. Este trabalho é relevante porque busca desconstruir a visão tradicional e restritiva que limita as mulheres a papéis específicos e examina como essas construções afetam suas oportunidades e aspirações em diversas áreas da vida. A pesquisa adotará uma abordagem qualitativa, começando com revisão de literatura para compilar e analisar obras teóricas e estudos empíricos sobre gênero, maternidade, feminismo e ética do cuidado. A análise documental será utilizada para examinar documentos históricos, legais e culturais que refletem as construções sociais de gênero e maternidade ao longo do tempo, bem como para avaliar políticas públicas e legislações pertinentes que influenciam a percepção e o papel da maternidade na sociedade.