ELAS POR ELAS
UM ESTUDO SOBRE A NECESSIDADE DE PROTAGONISMO FEMININO DENTRO DO SINDICATOS
Keywords:
protagonismo feminino, sindicalismo, representatividadeAbstract
O presente estudo tem como objetivo compreender o papel das mulheres nas entidades sindicais, partindo do fato de que as mulheres se inseriram de forma expressiva no mercado de trabalho e buscando entender se há uma representatividade verdadeira também na esfera sindical. Far-se-á um levantamento bibliográfico e adotado o método dedutivo, partindo de um estudo geral sobre gênero e o universo sindical. Para o presente estudo, será adotada uma visão crítica que pense a partir da exclusão feminina dos ambientes de poder, desta forma, pretende se distanciar da ideia da igualdade de gênero, partindo do pressuposto de que há uma diferença social entre homens e mulheres, baseada numa estrutura de violência que se reflete dentro de movimentos sociais, como é o caso do sindicato. Para que se questione pautas relacionadas à violência de gênero, é necessário que mulheres tenham voz nas discussões dos movimentos sociais. No entanto, o que se verifica é a expansão dos sindicatos enquanto instituições machistas e dominadas por homens. Para alcançar igualdade de gênero e dar visibilidade às pautas relacionadas aos movimentos de mulheres é necessário que as mulheres sejam atuantes, no entanto, ao mesmo tempo em que a imagem masculina do sindicato afasta a participação feminina, mudar essa realidade por meio da ocupação dos cargos de diretoria é um difícil desafio, uma vez que é justamente a alta demanda pelo seu trabalho de cuidado que impossibilita muitas vezes que mulheres ocupem cargos de poder (SOUZA-LOBO, 2021). O futuro do sindicato, enquanto movimento que deve ampliar sua visão social, mas também enquanto instituição que tem afastado mulheres enquanto associadas ou, principalmente, dirigentes e diretoras, depende de uma maior participação feminina e deve compartilhar de seus anseios, demandas, sonhos (RECOARO, 2020). Se os movimentos sindicais continuarem secundarizando e ignorando a necessidade da presença feminina de forma ativa em suas lideranças e a necessidade de ampliar as pautas de discussão para as questões sociais que circundam o feminino, vão perder a oportunidade de revitalização, além de cometer uma injustiça com tais omissões (RECOARO, 2020). Não se pode exigir um combate crítico se não há uma real representatividade feminina nesses espaços, que não existe justamente porque são espaços reprodutores do sistema patriarcal e ao qual as mulheres têm pouco ou nenhum acesso justamente por terem a responsabilidade com o trabalho de cuidado de seus lares e, mais que isso, serem vistas como cuidadoras também neste local e, por isso, invisibilizadas, desacreditadas e escanteadas. Enquanto a participação feminina for apenas um número, as cláusulas de proteção às mulheres serão apenas um escrito sem eficácia. Por este motivo, é necessário uma autocrítica em relação a quem são as lideranças dos sindicatos e se estas lideranças efetivamente defendem os direitos das minorias ou se disputam poder apenas para reproduzir lógicas capitalistas de opressão.