DIVERSIDADE LGBT+ NA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA

CONEXÕES E PRÁTICAS PARA UMA FORMAÇÃO DOCENTE ARTICULADA AOS DIREITOS HUMANOS

Autores

  • Henrique da Silva de Andrades Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul - Campus Osório
  • Kathlen Luana de Oliveira Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul - Campus Osório

Palavras-chave:

EDUCAÇÃO MATEMÁTICA, EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS, PESSOAS LGBTQIAPN , FORMAÇÃO DOCENTE

Resumo

Este estudo pretende abordar a relação entre o ensino de matemática e a afirmação da diversidade de gênero e de sexualidade, a partir da perspectiva da Educação em Direitos Humanos, com o intuito de elaborar materiais educativos e práticas pedagógicas. Nos espaços escolares há possibilidades de identificação de violências e violações contra as pessoas LGBTQIAPN+ e, com isso, podem surgir propostas de mudanças dessa realidade. A escola e a comunidade escolar carregam a responsabilidade e o dever de acolher e tornar o ambiente favorável para o bom desenvolvimento de todos os estudantes, principalmente daqueles que enfrentam qualquer tipo de situação de violência e preconceito. Junto a isso, a educação é um caminho para impulsionar a construção de relações que afirmam a diversidade e a justiça de gênero e sexualidade. Porém, as diversidades LGBTQIAPN+ são desafiadoras nas relações de ensino e aprendizagem da matemática, a qual ainda se apresenta como uma área abstrata, lógica, mecânica e repetitiva, ainda em um discurso de “ciência exata” e, por isso, “neutra”. O distanciamento do ensino da matemática às questões sociais pode colaborar para a perpetuação de desigualdades e preconceitos dentro e fora da sala de aula de matemática. Por isso, neste estudo, temos o objetivo de investigar relações e possibilidades entre a Educação Matemática e a afirmação da diversidade LGBTQIAPN+. Com isso, visamos contribuir para uma formação docente inicial e continuada que seja crítica à realidade e articulada à Educação em Direitos Humanos, buscando uma prática pedagógica diversa, humana, acolhedora e amorosa. A metodologia adotada consiste, num primeiro momento, em uma pesquisa exploratória e bibliográfica, buscando compreender amplamente as relações entre a Educação Matemática e a diversidade LGBTQIAPN+ e possíveis maneiras de incluir a temática na sala de aula. Para isso, serão buscados aportes teóricos e práticos na Educação em Direitos Humanos e em referências nos estudos de gênero, como Guacira Lopes Louro, Berenice Bento e Heleieth Saffioti, além de autores ligados à Educação Matemática Crítica, como Ole Skovsmose. Num segundo momento, será realizado um levantamento de ações educativas existentes de pessoas professoras de Matemática. Num terceiro momento, será realizada a formulação de práticas pedagógicas e o desenvolvimento de materiais didáticos, como propostas de atividades que possibilitem a discussão da temática na sala de aula de Matemática. Os materiais serão preparados visando à formação inicial e continuada de professores, e o conhecimento construído será divulgado e democratizado com pessoas professoras interessadas. O estudo, ainda em realização, tem demonstrado a urgência em fomentar o ensino da matemática situado na vida. A Educação em Direitos Humanos e a Educação Matemática Crítica convergem em relação à necessidade de uma educação crítica, que potencialize os alunos e permita que sejam protagonistas na educação e na vida. Além disso, no estudo também compreendemos que a relação do campo da matemática com os estudos de gênero é complexa, mas necessária. Isso indica que todo o conhecimento requer a perspectiva de gênero, não sendo essas discussões apenas de áreas de humanas.

Biografia do Autor

Henrique da Silva de Andrades, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul - Campus Osório

Estudante de Licenciatura em Matemática no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS), no campus de Osório. Formado em Técnico em Administração Integrado ao Ensino Médio na mesma instituição. Atuante em projetos de Ensino, Pesquisa e Extensão desde 2019 e, em 2024, bolsista de Iniciação Científica no projeto de pesquisa "Gênero e Sexualidades na Educação Matemática: conexões e possibilidades".

Kathlen Luana de Oliveira, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul - Campus Osório

É pós-doutora pela Universidade Estadual de Londrina/PR (UEL), na área da filosofia política com o tema "Cartografias do ódio: uma análise das distinções entre ódio, violência e banalidade do mal no pensamento de Hannah Arendt". É professora de Filosofia no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS), Campus de Osório/RS. Graduada em Filosofia (UNILASALLE, Canoas/RS) e Teologia (EST, São Leopoldo/RS), é Doutora (2013), pela Faculdades EST, São Leopoldo, RS, Brasil. Mestra em Teologia pela mesma instituição. Especialista em História Contemporânea (PUCRS, Porto Alegre/RS) e em Interdisciplinaridade na Prática Pedagógica (FURB, Blumenau/SC). Em 2014, recebeu o Prêmio Capes de Tese na Área de Filosofia/Teologia, subcomissão Teologia, por sua tese sobre Direitos Humanos. É autora de "Por uma política da convivência: teologia, direitos humanos, Hannah Arendt" (Passo Fundo: IFIBE, 2011). É co-organizadora de diversos livros, além de autora de muitos capítulos e artigos que versam sobre os seguintes temas: Hannah Arendt, Direitos Humanos, Violência, Estudos de Gênero, Teologia Feminista, Ética, Epistemologia.

Publicado

02.10.2024

Edição

Seção

SIMPÓSIO On65 - DIREITOS HUMANOS, GÊNERO E DIVERSIDADE NA FORMAÇÃO DOCENTE