AS CONCEPÇÕES HEGEMÔNICAS/DOMINANTES DE GESTÃO ESCOLAR NA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA E O PERFIL INSTITUCIONAL DAS ESCOLAS E/OU DOS GESTORES
Palavras-chave:
GESTÃO ESCOLAR, HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO, INSTITUCIONALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO NO BRASILResumo
Fundamentados na perspectiva histórico-crítico-dialética de interpretação/leitura da realidade, o levantamento das concepções de gestão escolar na história do Brasil e, mais especificamente, da educação brasileira, impõe-nos como desafio buscar em referenciais bibliográficos e documentos e arquivos oficiais elementos que nos auxiliem traçar um sentido histórico de desenvolvimento das concepções de escola e, sobretudo, da sua administração, ou seja, a sua relação organizacional de acordo com estruturas e superestruturas que a sustentam e conforme as determinações de cada período histórico que condicionam a contínua metamorfose do capitalismo na era moderna. Uma compreensão mais ampla da história nos fornece possibilidades para identificar nas determinações estruturantes da sociedade elementos dentre as conjunturas que podem ser ferramentas de transformação social, ressaltando-se que as conjunturas de crise – praticamente perenes no capitalismo – proporcionam condições mais evidentes para conduzir a organização proletária na direção de sua irresignação libertadora. Faremos a caracterização de cada período demarcado segundo a temporalização das ideias pedagógicas por Dermeval Saviani (1549-1759; 1759-1932; 1932-1969; 1969-2001; 2001-2024, este acrescentado por nós para envolver o atual Plano Nacional de Educação), com o intuito de identificar nas suas concepções predominantes elementos que permitam compreender as formas de conceber e de organizar a educação e, se possível, a instituição escolar. A periodização proposta, portanto, servirá como parâmetro para a análise das tendências organizacionais dos sistemas e instituições de ensino, mas não representam e nem poderiam representar os seus determinantes inexoráveis. Tais períodos não são estáticos, como nem mesmo a própria história assim o é, mas orientam a reflexão crítica a partir de premissas históricas que, numa perspectiva crítico-dialética, se adequa melhor às fundamentações teóricas e metodológicas deste trabalho. Temos, portanto, duas categorias temporais para organizar a reflexão acerca das concepções hegemônicas/dominantes de gestão escolar na história da educação brasileira e, na medida do possível, para identificar o perfil institucional dos gestores escolares como forma de demonstrar as relações de poder dos sistemas e instituições de ensino: a periodicidade mais ampla baseada no parâmetro de movimentos orgânicos (estruturais) e as temporalidades mais curtas, flexionadas pela própria dinâmica complexa e caótica da sociedade, ditas conjunturais.