O ESTEREÓTIPO FEMININO DE CUIDADO E SEU IMPACTO NA VIDA PROFISSIONAL DAS MULHERES
Palavras-chave:
trabalho feminino, estereótipo de cuidado, igualdade de oportunidadesResumo
Segundo o Censo Demográfico 2022, as mulheres são maioria em todas as regiões do Brasil, totalizando 51,5% da população, o que equivalia – no ano da pesquisa – a 104.548.325 mulheres. Entretanto, ser maioria numérica não significa ter boas condições de vida e possibilidades iguais às dos homens. Abordar as impossibilidades e dificuldades de trabalho enfrentadas pelas mulheres é assaz relevante para um país de maioria feminina, com força de trabalho disponível e, entretanto, que ainda enfrenta preconceitos desde os primeiros passos no acesso ao mercado de trabalho. Busco abordar com esta pesquisa, a perspectiva das dificuldades enfrentadas por mulheres no mercado de trabalho brasileiro, demonstrando com números de levantamentos de pesquisas como o estereótipo de cuidado feminino interfere no acesso ao mercado de trabalho e na ascensão das mulheres a cargos mais altos. Um destes números é o de mulheres que nem sequer buscaram emprego por precisarem cuidar de familiares, amigos e da casa; segundo levantamento da PNAD Contínua de 2022, este número chegou a 2,5 milhões de mulheres em todo o país. Partindo da hipótese de que o construto social da mulher brasileira é engendrado pela ideia de cuidado e apoio à família, parentes e também, do lar, analiso números de pesquisas recentes realizadas pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística bem como de entidades privadas, tais como Ernst & Young, Maturi, ThinkOlga e outras que possam ser encontradas. Abordo também a importância da atenção das empresas para a população que envelhece rapidamente – não só no Brasil, mas no mundo – para a criação de ações não somente de contratação de pessoas mais velhas mas, principalmente, de integração destas pessoas às suas equipes e de treinamento das equipes que receberão este público, para que o tempo de permanência no trabalho seja maior e mais proveitoso a todos os envolvidos. Possibilitar que mulheres tenham mais acesso à educação formal e encontrem as mesmas condições de entrada no mercado de trabalho e de possibilidades de promoção em suas carreiras, sugiro aqui, é uma das poucas soluções para a diminuição das taxas de desemprego no Brasil. Faz-se relevante notar também que, para além da questão empregatícia, o ponto principal torna-se a dignidade das mulheres que conseguirão construir e/ou manter sua liberdade financeira, o que colabora diretamente para a dignidade e autonomia em suas vidas.