O BRINCAR É DIREITO DAS CRIANÇAS SIM

PROTAGONISMO DAS INFÂNCIAS EM EXPERIÊNCIAS AMAZÔNIDAS

Autores

  • Margarida Maria de Almeida Rodrigues da Silva Escola de Aplicação da Universidade Federal do Pará
  • Luciana Rocha Magalhães Paiva

Resumo

O presente resumo é um desdobramento do projeto de pesquisa: “Educação Infantil: interações entre o corpo, a natureza e o brincar” em execução. O objeto de estudo é o brincar como direito inerente ao ser criança, atividade vital para o pleno desenvolvimento da primeira infância em dimensões múltiplas e integradas. A relevância da pesquisa se justifica  pela garantia do direito da criança ao brincar em diálogo com outros direitos que subjazem sua existência vida à fora; pela necessidade em legitimar o olhar pedagógico sobre o brincar livre através de bases científicas, associadas a uma concepção de criança como sujeito-histórico-cultural e de direitos; pelo reconhecimento e valorização da presença de identidades e autoimagens amazônidas constituidoras do sujeito a partir de um recorte territorial amazônico em um tempo concebido no hoje-agora e não no vir a ser. O presente do presente, na intensidade de viver a infância.  O direito ao brincar ainda ocupa, de acordo com algumas pesquisas e publicações acadêmicas, o lugar da invisibilidade, ou do “nada” em termos pedagógicos. Os objetivos da pesquisa buscam compreender, de modo geral, as formas do brincar em interação com o corpo e a natureza.  Especificamente, visam mapear quais as brincadeiras reveladas no cotidiano do lado de fora; registrar diálogos, imagens e interações e, identificar conhecimentos e, possíveis amplificações que a ação do brincar livre pode impactar na trajetória das crianças no ambiente escolar. A metodologia da pesquisa está situada na abordagem qualitativa por melhor responder a aspectos concernentes às relações humanas e de direitos. Utiliza-se da pesquisa colaborativa e como técnica de investigação a observação participante, que possibilita acessar comportamentos e desejos para além de perguntas, ou seja, observar de forma dinâmica a atividade da criança e sua relação com a natureza. A coleta dos dados se constitui pela observação ao brincar, além do diário de campo ou diário de observação, recurso utilizado para o registro das ações dos sujeitos. O lócus da pesquisa é o espaço do parque, que faz parte da educação infantil da Escola de Aplicação da Universidade Federal do Pará, localizada na periferia da cidade de Belém no estado do Pará – Brasil, que se caracteriza, como campo de estágio voltado para a experimentação pedagógica, e em concomitância, espaço de formação profissional. Os sujeitos da pesquisa são as crianças de quatro e cinco anos vinculadas a este nível de ensino no período de 2023 a 2025. As hipóteses iniciais reportam o brincar livre como premissa para a construção da autonomia das crianças e denunciam a postura de resistência à negação de seus direitos. Anunciam diálogos possíveis entre o lado de fora e o lado de dentro para a construção de novos paradigmas. A partir desse contexto, os resultados parciais obtidos revelam a afirmação das identidades amazônidas em corpos brincantes com experiências de descobrimentos sensíveis e expressões criadoras necessárias à construção de seu protagonismo e consciência dos direitos pertinentes ao ser criança.

Publicado

02.10.2024

Edição

Seção

SIMPÓSIO On66 - DIREITOS DA CRIANÇA PARA O DESENVOLVIMENTO PLENO NA PRIMEIRA INF