O JOVEM TOCADOR DE NEGÓCIO E SUAS PERCEPÇÕES ACERCA DOS TRAJES FORMAIS
Palavras-chave:
Cognição do vestuário, Cognição corporificada, Tocadores de negócioResumo
A produção acadêmica demonstra que a forma de se vestir afeta o indivíduo tanto no que diz respeito à sua autopercepção quanto nas relações que estabelece (Johnson; Lennon; Rudd, 2014). Neste estudo, partimos das diferenciações entre o estilo formal versus casual de se vestir, tomando como objeto empírico estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental (EF) ao 3º ano do Ensino Médio (EM) que estudam na Escola Germinare (Escola de Negócios do Instituto J&F), cujo projeto pedagógico volta-se à formação regular no Ensino Básico e Técnico em Administração de Empresas. Ou seja, a escola tem por intenção formar “tocadores de negócio”, oferecendo-lhes formação acadêmica e prática, através de cinco Academias de Ensino: (i) Gestão de Marcas e Bens de Consumo Não Duráveis; (ii) Varejo; (iii) Commodities; (iv) Finanças; e (v) Tecnologia. Por este motivo, os estudantes adotam uniformes compatíveis com a formalidade exigida nos ambientes de negócio, quais sejam, camisa e calça social para meninos e saia ou calça e camisa para meninas. Para tanto, traça-se como objetivo compreender de que maneira o vestuário formal impacta, na percepção dos estudantes, o seu desenvolvimento enquanto um futuro “tocador de negócio”. Adota-se, como embasamento teórico, as perspectivas da cognição corporificada (embodied cognition) e da cognição do vestuário (ou enclothed cognition). Para isso, partimos de Niedenthal et al. (2005), que se propuseram a entender como as experiências físicas constroem conceitos mentais (cognição corporificada), bem como de Johnson, Lennon e Rudd (2014), cujos estudos analisaram a influência do vestuário na imagem e na autoimagem que cada um constrói de si mesmo e para os outros. A partir dessas inspirações, trazemos os estudos de Adam e Galinsky (2012), para quem a roupa influencia o estado mental e o comportamento dos indivíduos (cognição do vestuário). Isso significa que a experiência física de vestir uma roupa, associada com aspectos simbólicos, desperta processos psicológicos e comportamentais decorrentes em quem as usa (Motta; Oliveira, 2021). Essa conjunção teórica permite adotar como premissa o fato de que o uso dos trajes formais por parte dos estudantes pode influenciar o comportamento deles no sentido de se sentirem “tocadores de negócio”, uma vez que se percebem enquanto tais e expressam-se assim para o mundo. Como itinerário metodológico, adota-se uma abordagem de pesquisa qualitativa, apoiando-se no método do Estudo de Caso (Cesar, 2005; Creswell; Creswell, 2021; Yin, 2002) para compreender, por meio de uma pesquisa mista a partir de questionário elaborado na plataforma Survey Monkey, de que maneira os estudantes percebem o impacto da adoção de um vestuário formal para o seu desenvolvimento enquanto um futuro “tocador de negócio”.