A APLICABILIDADE DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA COMUNICAÇÃO COMUNITÁRIA EM SAÚDE
ESTRATÉGIAS PARA A PREVENÇÃO DE CONFLITOS E A PROMOÇÃO DE DIREITOS HUMANOS NO PORTO E NA CIDADE DE GOIÂNIA
Palavras-chave:
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL; COMUNICAÇÃO EM SAÚDE; DIREITO À INFORMAÇÃO; COMUNICAÇÃO COMUNITÁRIA; PREVENÇÃO DE CONFLITOSResumo
A Carta dos Direitos de Acesso aos Cuidados de Saúde pelos Utentes do Sistema Nacional de Saúde (SNS) pontua, entre direitos do utente, informações sobre posição na lista de inscritos, tempos máximos de resposta e acesso aos cuidados de saúde. No Brasil, conforme carta do Conselho Nacional de Saúde, “toda pessoa tem direito à informação sobre serviços de saúde e as diversas formas de participação da comunidade”. Neste sentido, a participação social é princípio central para efetivar diretrizes e princípios norteadores das ações dos dois sistemas. Entretanto, existe uma lacuna entre a operacionalização destas ações e modelos de comunicação aplicados. Em inquérito realizado com cidadãos de Goiânia (Brasil) e Grande Porto, no mestrado em Ciências da Comunicação da Universidade do Porto, investigou-se a efetividade dos meios de comunicação tradicionais em saúde. Nele, 70% dos respondentes afirmou não estar ciente das ações de saúde em suas regiões, 67,1% disse que as informações não são compreensíveis para todas as faixas etárias, níveis de escolaridade e etnias, e 66% reconheceu que meios alternativos seriam mais eficazes na transmissão da informação. Estes meios têm a principal característica de difundir conteúdos de forma diferente das mídias tradicionais (Peruzzo, 2011), incluindo rádios, jornais e redes sociais de bairro. Vivemos contexto de revolução tecnológica, com ascensão da Inteligência Artificial que vai além dos bots de geração de texto. Os chatbots de IA na saúde, por exemplo, oferecem benefícios como disseminação de informações, agendamento de consultas, gestão de medicação, monitoramento remoto de pacientes e suporte emocional. Há desafios, como a integração das próprias ferramentas de IA na comunicação. Contudo, como vimos nos canais utilizados na pandemia da Covid-19 para atendimento a pessoas sintomáticas, a IA se mostra capaz de contribuir significativamente para a comunicação em saúde. Permite, por exemplo, a análise em tempo real de grandes volumes de dados, personalização de informações e melhoria na resposta às necessidades específicas das comunidades (Sun e Zhou, 2023). Neste contexto, o presente estudo investiga a aplicabilidade da IA como ferramenta estratégica da comunicação comunitária em saúde nas cidades do Porto e Goiânia, com foco na prevenção de conflitos e promoção dos direitos humanos. Este estudo justifica-se pela necessidade de aprimorar as estratégias de comunicação em saúde, tornando-as mais inclusivas e eficazes, especialmente para parcelas vulneráveis. Tema relevante, pois a comunicação eficaz e o direito à informação são cruciais para a promoção da saúde pública. Os objetivos do estudo são: (1) identificar principais deficiências comunicação tradicional em saúde; (2) avaliar a eficácia das iniciativas de comunicação comunitária; (3) explorar a integração da IA nessas iniciativas para prevenção de conflitos e promoção da saúde. A metodologia abrange pesquisa quantitativa com cidadãos e gestores de saúde em Goiânia e no Porto, análise de dados coletados via questionários aplicados pelo Google Forms, e revisão de literatura sobre comunicação em saúde e IA. As hipóteses iniciais sugerem que a comunicação tradicional em saúde é frequentemente percebida como insuficiente e inadequada pelos cidadãos, e que a comunicação comunitária, potencializada pela IA, pode oferecer uma solução mais eficaz.