IDENTIDADE RACIAL NEGRA E AS POLÍTICAS PÚBLICAS DE AÇÕES AFIRMATIVAS

Autores

  • Daniela Oliveira da Fonseca Pontifícia Universidade Católica de Campinas

Palavras-chave:

RAÇA, MISCIGENAÇÃO, COLORISMO, POPULAÇÃO NEGRA, AÇÕES AFIRMATIVAS

Resumo

As relações raciais no Brasil são produto da construção histórica do país, com origem na escravização dos africanos, afrodescendentes e indígenas, o que impactou a forma de socialização dos indivíduos racializados. Com a abolição da escravidão, percebeu-se que a inclusão dos afrodescendentes e indígenas na sociedade como sujeitos de direito não seria um processo natural, mas demandaria atuação positiva do Estado Brasileiro, por meio de iniciativas legislativas, políticas públicas e a democratização do debate de raça no Brasil.  A adoção de ações afirmativas, como a reserva de vagas por meio de cotas raciais, instituída com advento da Lei nº 12.711, e posteriormente em 2014, com a implementação da Lei nº 12.990, faz parte das iniciativas do Estado Brasileiro de inclusão das pessoas negras no acesso à educação superior e as carreiras públicas, contudo, a identidade racial no Brasil é atravessada pelo processo de miscigenação e colorismo. Justifica-se a pertinência da pesquisa, a partir do compromisso do Estado Brasileiro, notadamente Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação Racial e a Convenção Interamericana contra o Racismo, a Discriminação Racial e Formas Correlatas de Intolerância, bem como, pelo seu compromisso constitucional com a eliminação do racismo e a promoção da igualdade racial, partindo da premissa de que esses objetivos podem não ser alcançados de forma plena, se a compreensão da identidade racial negra não for uma preocupação do Estado. Pretende-se realizar pesquisa para compreender, do ponto de vista jurídico e sociológico, como a identidade racial negra, a partir da autodeclaração racial, impacta o acesso as políticas de ações afirmativas. O trabalho se vale de pesquisa documental normativa e jurisprudencial acerca dos direitos humanos fundamentais da população negra e de revisão bibliográfica, a partir de trabalhos científicos que tratam de raça, identidade racial e racismo da temática da igualdade racial e ações afirmativas. Espera-se como resultado, identificar quais são os desafios da construção de uma identidade racial da pessoa negra no contexto brasileiro e a relação desse fenômeno com o acesso as políticas de ações afirmativas.

Biografia do Autor

Daniela Oliveira da Fonseca, Pontifícia Universidade Católica de Campinas

Bacharel em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (2017). Mestranda em Direitos Humanos pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (2024). Pós Graduada em Direito Processual pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (2023). Especialista em Direito Previdenciário pela Academia AJurídica (2022). Vice Presidente da Comissão da Igualdade Racial da OAB Campinas. Secretaria Geral da Comissão da Verdade sobre a Escravidão Negra no Brasil da OAB Campinas. Membro da Comissão Assessora de Direitos Humanos e Diversidade étnico- racial da Universidade Estadual de Campinas - Unicamp. Advogada associada no Instituto Nacional de Pesquisa e Promoção de Direitos Humanos -INPPDH. Membro do Grupo de Pesquisa Estado e Direito no Pensamento Social Brasileiro vinculado a linha de pesquisa Cidadania Modelando o Estado, na Universidade Presbiteriana. Membro do Grupo de Pesquisa Cooperação Internacional, Democracia e Direitos Humanos e do Grupo de Pesquisa Gênero, Raça, Classe, menoridade e outras vulnerabilidades da PUC Campinas. Advogada.

Publicado

02.10.2024

Edição

Seção

SIMPÓSIO On63 - DIREITOS HUMANOS: RELAÇÕES SOCIAIS E DIREITO ANTIDISCRIMINATÓRIO