ESG E SMART CITIES
A FUNÇÃO SOCIAL DAS ORGANIZAÇÕES E SUA CONSEQUENTE RESPONSABILIDADE NA (RE) CONSTRUÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DAS CIDADES
Palavras-chave:
ESG; SMART CITIES; RESPONSABILIDADE COMPARTILHADA; DIREITOS HUMANOS; DIREITO À CIDADE.Resumo
Da evolução do mais antigo hominídeo conhecido, o australopithecus afarensis, cujos fósseis foram encontrados há mais 2,9 milhões de anos na África, até o surgimento do homo sapiens, se passaram outros milhões de anos. O advento do homo sapiens possui aproximadamente 200 mil anos, época em que a humanidade ainda era integrada à Natureza. Em determinado momento dessa existência, ocorre a formação de pequenos grupos de diferentes origens, que viviam da caça, da pesca e da coleta de recursos naturais, uma das primeiras formas de organização social humana. (VICENTINO et al, 2011) Com a difusão desses pequenos grupos sociais, inicia-se também o processo de sedentarização, fabricação de utensílios e instrumentos mais complexos, de registros de pinturas nas paredes das cavernas, da domesticação de animais, da prática da agricultura e posterior surgimento da escrita. O pleno domínio da escrita marca o início do processo “civilizatório”, deixando para traz os estágios de selvageria e barbárie. O fato é que o atual estágio de “civilização”, em tempos de globalização e em plena era digital, traz o seguinte retrato: do homem urbano e sua interdependência do trabalho assalariado e precário; do homem fragmentado de sua existência biológica, enquanto espécie; da ausência de pertencimento à sociedade, em razão da individualidade estabelecida; da inexistência de visão sistêmica da vida como sendo um “estado de inter-relação e interdependência essencial de todos os fenômenos – físicos, biológicos, psicológicos sociais e culturais” (CAPRA, 2006); da Natureza degradada e da pobreza multidimensional de milhões de seres humanos. Assim, do trabalho de confecção de utensílios e ferramentas e do manejo agrícola até a divisão do trabalho como se dá na atualidade, o que evoluiu significativamente foi a ciência, tecnologia, automação de processos e a forma de organização do trabalho. No entanto, enquanto estágio de desenvolvimento humano, nos encontramos na “segunda Pré-História” (MORIN, 2012), onde prevalecem a selvageria e barbárie. Diante do exposto, o presente estudo pretende, por meio de pesquisa bibliográfica e documental, de natureza exploratória e descritiva, analisar as organizações sob o ponto de vista econômico, ambiental, social e de governança (ESG) e identificar suas possíveis contribuições no exercício de sua função social. Assim, partindo do princípio de que a Natureza deve ser considerada como parte interessada da agenda ambiental e social das organizações, avaliaremos o quão responsáveis estas são pela implementação de políticas públicas e ações para a (re) construção das smart cities. Oportunamente, estudar-se-á a estruturação das cidades inteligentes, diante do paradigma da inclusão em um contexto de desigualdade social e da garantia dos direitos que permeiam essa constituição. Investigar-se-ão os requisitos necessários para a elaboração políticas públicas de educação transformadora, com base no método de Edgar Morin. Não obstante, considerada a necessidade de envolver as organizações no rol de responsáveis pela promoção da sustentabilidade das smart cities, faz-se necessário incluir o espaço organizacional como ambiente oportuno para o desenvolvimento da cidadania. Um espaço que além de proporcionar a execução das práticas de ESG, possibilite também o desenvolvimento da educação transformadora de seus empregados e da comunidade local.