CORPOREIDADE E ETNICIDADE
AS CONSTRUÇÕES NARRATIVAS DA COMUNIDADE QUILOMBOLA DO CEDRO, NA CIDADE DE MINEIROS, ESTADO DE GOIÁS
Keywords:
Direitos Culturais, Comunidade Quilombola, Etnicidades, CorporeidadeAbstract
O presente trabalho buscará explanar acerca da relação entre os direitos territoriais e a corporeidade da Comunidade Quilombola do Cedro, localizada na cidade de Mineiros, no Estado de Goiás enquanto forma de ressignificação e valorização da sua etnicidade. A relevância desta pesquisa encontra-se ancorada no fato de que a Comunidade do Cedro, desde as suas origens, mantém sua continuidade enquanto forma de resistência ao avanço do capitalismo, promovendo prática sustentáveis na produção agrícola para subsistência, bem como transmitindo os seus saberes tradicionais e a sua identidade mediante o ensino da etnobotânica. Dentre os objetivos formulados, pontuou-se como principais expor acerca da estruturação da comunidade, sua historicidade étnica e sua luta em prol do reconhecimento e da titulação do seu território, em conformidade com a garantia constitucional insculpida no art. 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), do ano de 1988; em sequência, haverá uma explanação acerca da construção da sua corporeidade, a qual será analisada em conformidade com o território e a vigência dos direitos culturais exposto na Constituição Federal Brasileira de 1988 e nas determinações da Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT); ao final, se discorrerá acerca dos saberes tradicionais da comunidade, do exercício da etnobotânica e da preservação das etnicidades, enquanto formas de materialização da corporeidade comunitária e garantia da dignidade humana. A construção dessa pesquisa qualitativa se valerá da análise de bibliografia para definir o sentido de corporeidade tanto para a comunidade quanto para seus indivíduos, bem como da interpretação e exposição dos resultados colhidos com os “Laudos Antropológicos dos Quilombos de Goiás”, em específico o “Laudo Antropológico da Comunidade Quilombola do Cedro, Mineiros”, realizado pela Universidade Federal de Goiás, em parceria do “Termo de Cooperação” com o Instituto de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). Por conclusões preliminares, considera-se que a existência da Comunidade Quilombola do Cedro é uma forma de manter viva os seus saberes tradicionais por meio das construções narrativas e exteriorização da sua corporeidade, bem como, por ressignificarem as formas de uso e respeito à natureza mediante práticas biodegradáveis, projetos de reflorestamento, produção de fitoterápicos e agricultura de subsistência.