A QUESTÃO DA ESTÉTICA NA ARTE DA DANÇA
UM ESTUDO SOBRE A INFLUÊNCIA DE UMA MANIFESTAÇÃO HUMANA, SOCIAL E CULTURAL PARA O DESENVOLVIMENTO DE UMA CONSCIÊNCIA CRÍTICA E CIDADÃ NO ÂMBITO DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Resumo
Através de uma pesquisa qualitativa, de identidade epistemológica, bibliográfica e interpretativa, buscamos estudar a dança e sua representação estética em diversas culturas, fases e períodos históricos. O entendimento mais aprofundado sobre as diferentes formas de ver e sentir a estética torna-se um instrumento facilitador para o principal objetivo do ensino da dança na escola: o desenvolvimento motor, o desenvolvimento dos movimentos eurrítmicos e a intencionalidade. A linguagem da dança se dá através do corpo com belos movimentos repetidos num determinado espaço de tempo e possui, sobretudo, uma descarga emocional do artista. Todos estes elementos definem a plasticidade da dança e despertam inúmeras sensações. O estudo objetiva ampliar a visão sobre a dança na perspectiva da cultura corporal do movimento, mostrando como a estética está presente nas diversas manifestações artísticas, em especialmente, na dança. Segundo Sachs (1944), “A dança é a mãe das artes”, o mesmo autor completa ainda que “A música e a poesia existem no tempo; a escultura e a pintura no espaço. Mas a dança vive no tempo e no espaço” (Ibidem, p.13). É com a dança que o homem se expressa na sua origem antes de usar a palavra e as técnicas de manufatura. Todas as manifestações de dança: primitivas, religiosas, étnicas, regionais, periféricas, urbanas e criativas; assim como, as modalidades de dança consagradas e aceitas como representações de uma cultura estética padronizada e dominante; tem a intencionalidade e o poder de tocar e encantar quem pratica e quem assiste a sua manifestação. Quando levantamos algumas questões ligadas à estética da dança no contexto da educação básica, devemos considerar a liberdade do professor e do aluno para encontrar uma linguagem mais adequada ao desejo do grupo ou de acordo com a região onde os mesmos vivem e convivem. Desenvolver projetos curriculares ou extracurriculares nesse sentido visa expressar a possibilidade de apropriação da dança como uma prática humanizadora, isto é, para o respeito à diversidade e para exercício pleno da cidadania. Desta forma, entendemos que a construção de argumentos filosóficos e históricos acerca da dança e suas diversas expressões, legitimam nossas ações pedagógicas enquanto professores e profissionais da dança, ampliando o direito inalienável de todos à liberdade de expressão artística. Acreditamos ainda que o ensino da dança pode beneficiar efetivamente nossa formação cidadã, pois nos revela um fazer físico e criativo, ressignificando o mundo em forma de arte para luta contra as manifestações de preconceito, de violência racial e de gênero.